30 agosto 2008

A PROCISSÃO DE SÃO ROQUE

A PROCISSÃO DE SÃO ROQUE
A Nossa Gente

(Fotos cedidas pelo amigo Carlos Alberto)

Decorria o ano de 1755, e uma epidemia percorria e devastava as terras de Arrifana. Quando um familiar era contaminado pela peste, o mesmo era isolado e afastado para não propagar a doença aos restantes membros da família.

Estes, eram depositados ao largo da Capela de São Roque, à espera de um milagre do santo protector da peste, e ali ficavam entregues aos cuidados de Frei António da Ressurreição, que diariamente recolhia bens e alimentos para os tratar e alimentar, como lhes administrava os últimos sacramentos e quando estes faleciam os enterrava enchendo aquele sítio de almas.

Também ele, Frei António da Ressurreição, viria a falecer com a doença encontrando-se sepultado no sarcófago de granito que se encontra nas traseiras da capela.

Como se vê, aquilo que hoje é motivo de festa teve outrora sentimentos completamente opostos, pois as raízes desta devoção a S. Roque encontram-se no calvário de dor e morte de muitos dos nossos antepassados.

Apesar do sol que se fazia sentir no dia 17 de Agosto de 2008, mais convidativo para o lazer, ao final da tarde assisti a um momento de fé que foi a procissão de S. Roque.Homens trajando a opa da confraria de S. Roque, subiram as ruas do Carmo, Sacramento, Bom Retiro, Conde de Ferreira, entrando na Avenida Sacadura Cabral, Praça Municipal, Rua Dr. Joaquim Cotta, até ao Largo da Ajuda, onde a procissão começa o regresso em direcção à capela de S. Roque pela Rua do Paço, Rua Araújo e Silva, Rua Direita, Carmo e Avenida de S. Roque, levando aos ombros os pesados andores de S. Roque, S. Sebastião, Santa Luzia e um outro de tamanho mais reduzido de Nossa Senhora de Fátima transportado por senhoras, isto para além dos figurantes e até porque não uma palavra de apreço a Monsenhor Gabriel da Costa Maia que apesar da sua idade, não deixou de incorporar a procissão e percorrer esta longa distância.

Apesar de todo o cansaço ser espelhado nos rostos de todas estas pessoas que incorporaram a procissão de S. Roque, a mesma consegue manter ao longo de todo o percurso uma organização tal, ficando neste capítulo muitos pontos à frente de algumas procissões que apesar da sua grandiosidade, desfilam pelas ruas da cidade de Penafiel, sem rei nem roque.