07 julho 2008

O ÚLTIMO CALDEIREIRO

JOAQUIM FERNANDO FREITAS DE MACEDO
O ÚLTIMO CALDEI
REIRO

Joaquim Fernando Freitas de Macedo, é o último caldeireiro na cidade de Penafiel.

Longe vai o tempo em que a sinfonia cadenciada do martelo sobre o metal se fazia ouvir desde a Rua Serpa Pinto hoje Joaquim Cotta, até à Rua Alfredo Pereira.

O nosso amigo Macedo como é conhecido na cidade, mal saía das aulas ia para junto do pai aprendendo desde tenra idade esta arte.

Nesses tempos, quem conseguia a 4ª classe procurava matricular-se num emprego e nele fazia o seu curso superior, aprendendo a arte da melhor maneira para ir subindo na hierarquia da casa, até ao topo. Foi assim o seu percurso e o do mestre seu pai José Carvalho de Macedo no caldeireiro Cunha.

Certo dia, seu pai resolveu montar a sua própria loja oficina, onde reparava e vendia pulverizadores, montando e reparando alambiques que funcionavam em algumas quintas para destilar o vinho ou bagaço para produzir aguardente.

Escusado será dizer, que muito antes do aparecimento da ASAE, mas com a política dos subsídios para acabar de vez com a agricultura nacional, verificou-se o abandono dos campos, e todas estas alfaias passaram a peças de museu se não mesmo de sucata.

Com o falecimento de seu pai, encerrou a loja de venda ao público situada na Rua Alfredo Pereira, que mais por uma questão de teimosia, o amigo José Macedo mantinha as portas abertas, já que monetariamente há muito que a mesma não era viável.

Agora dá apoio aos seus antigos clientes que durante décadas soube cativar e manter através do seu brio profissional e da categoria do seu trabalho.

Tal como toda a família, é devoto de Nossa Senhora da Ajuda, sendo Joaquim Fernando Freitas de Macedo o confrade nº 137 da dita confraria, e onde seu pai exerceu a função de tesoureiro durante vários anos.

Sempre que as opas da Confraria de Nossa Senhora da Ajuda, se fazem representar em alguma procissão, é ele o porta-bandeira da Confraria de Nossa Senhora da Ajuda.

São estes Homens com estórias de vida, que desde meninos estão habituados a esquecer os seus sonhos ou adiá-los, que qualquer terra se deve orgulhar de os possuir.