27 janeiro 2010

IGREJA DO CARMO

IGREJA DO CARMO
(A Nossa Terra)

Em meados do século XVII, existia no local onde hoje se ergue a Igreja do Carmo a Capela de Santo António Velho, assim chamada, desde que os frades construíram o Convento de Santo António dos Capuchos.

Durante as invasões francesas, várias vezes a Capela de Santo António Velho foi saqueada, entrando de seguida numa onde de decadência tal, que levou a Irmandade de Nossa Senhora do Carmo colocada na Capela de Santo António Velho, a fazer várias petições e despachos até assumir a gestão da mesma.

As obras de construção da Igreja de Nossa Senhora do Carmo ocuparam todo o século XIX.

Em 18 de Janeiro de 1857, é composto o adro e aumentado ao comprimento e largura, bem como fechado com grades de ferro. Também a frontaria da igreja é forrada a azulejo.

Em 19de Outubro de 1873 é quase concluída a obra de pedreiro da nova sacristia e sala de reuniões da mesa, tendo sido encomendado ao mestre carpinteiro da freguesia de Novelas Joaquim José Barboza pela quantia de 81 mil reis as portas, janelas e caixilhos, devendo a obra ficar pronta a 10 de Janeiro de 1874.

Já em 1955 e depois em 1959 é reparado o telhado e os respectivos caleiros, assim como é mandado construir um altar para a colocação de Nossa Senhora do Carmo com S. Simão Estói por 8500 escudos.

A Quinta da Aveleda pela mão do Sr. Roberto Guedes, oferece em 1960, 25 oliveiras para serem plantadas no adro.

No ano de 1976, é pedido orçamento para a colocação de azulejos nas fachadas viradas à rua e na frente virada para a estrada e a colocação de painel de Nossa Senhora do Carmo, bem como a colocação de azulejos na torre.

Em 1978, é mandado deitar chão em cimento na capela-mor para a colocação de alcatifa, bem como é mandado dourar os altares de S. Vicente e Santo António e reparar o telhado da sacristia e armazém.

Em 1979 é colocado o rodapé em mármore no corpo da igreja e é feita nova porta lateral para a Rua do Carmo e são dourados os altares.

Estas obras todas realizadas nos finais dos anos 70 e no princípio dos anos 80, devem-se ao benemérito Oliveira Mendes que ofereceu dinheiro para as mesmas, nomeadamente a reconstrução do coreto, dentro do mesmo estilo do anterior.

Em 1981 a Câmara Municipal de Penafiel dá um subsídio para restaurar a parte sul do muro do adro da igreja que confira com terrenos da Quinta da Aveleda e ameaçava ruir, bem como o saneamento das águas que invadiam o adro através do Caminho de Chelo.

No ano de 1982 foi colocada placa de piso no sótão, substituída a divisão anexa por tijolo, escadas em cimento para colocar alcatifa, assim como foi comprado um órgão para a igreja com a ajuda do filho do Sr. António Garcês e o senhor Oliveira Mendes.

Em Maio de 1985 são angariados fundos para a colocação de relógio na torre. No mês de Julho é inaugurado o relógio, bem como as obras do adro que foi calcetado a cubos.

Em 1993 foram restaurados os santos.

A Venerável Ordem Terceira do Carmo de Penafiel foi fundada no século XVIII, sendo os seus estatutos de 18 de Outubro de 1782, comprometendo-se a venerar a imagem de Nossa Senhora do Carmo no dia 16 de Julho de cada ano, onde se fará festa com sermão e Senhor exposto todo o dia.

A 22 de Novembro de 1913, os estatutos foram reformados e passam já a mencionar a sua sede na Igreja de Nossa Senhora do Carmo.

A Venerável Ordem Terceira do Carmo de Penafiel, fez vir de Roma, em 1825/26 o corpo de um jovem mártir, S. Vicente o Moço. O processo oficial e a aquisição, preparação e transporte do corpo custaram 222$110. Está exposto num dos altares laterais. O frontal de vidro permite aos fiéis ver este corpo incorrupto, mas que até aos dias de hoje não despertou um intenso culto.

Apesar de só de longe a longe se realizar a procissão em Honra a Nossa Senhora do Carmo, a Irmandade sempre se faz representar com as suas opas e seu estandarte em todas as procissões que se realizam na cidade de Penafiel, mostrando uma vivacidade e devoção.

É que procissões não se realizam quando se quer, mas sim quando se pode.

Foto da procissão da Nossa Senhora do Carmo de 1893

18 janeiro 2010

NINGUÉM NOS OUVE

NINGUÉM NOS OUVE
(A Nossa Terra)

Por incrível que pareça, pertenço a uma categoria de pessoas em vias de extinção, que são os moradores da zona dita histórica e pedonal da cidade de Penafiel.

De uns tempos a esta parte, foram afixadas nesta zona placas com os seguintes dizeres: “COLABORE NA PRESERVAÇÃO DESTA RUA”.

Sabendo nós, que tanto os automobilistas como as pessoas circulam em todas as ruas da urbe, e como as ditas placas só se encontram nesta zona da cidade, por exclusões de partes, facilmente se chega à conclusão que as mesmas não se destinam a eles (senão havia placas em todas as ruas), mas sim a quem aqui vive e trabalha como se fossem uma data de javardos.

Como se isto não bastasse, há moradores acamados cujo apoio ao domicílio é necessário, sendo o mesmo brindado com multas, em virtude dos parcómetros estarem avariados e haver pessoas que estacionam lá horas a fio, impossibilitando a tão desejada rotatividade.

Já aconteceu, que pessoas faleceram nesta zona, e à sua porta é colocado um forró em altos decibéis até altas horas da noite, mostrando uma insensibilidade assim como uma falta de respeito para não chamar outra coisa, para com a família enlutada.

É esta a qualidade de vida que nos foi imposta com a criação da zona dita histórica e pedonal, em troca do sossego que possuíamos.

Aos moradores que nem sequer podem vir almoçar a suas casas sem pagar uma tença à empresa privada Penafiel Parques, foi-lhes criada uma ilusão de óptica.

Durante a noite, melhor dizendo das 19h até às 9h do dia seguinte, as bolsas de estacionamento estão aos moradores destinadas segundo as placas lá afixadas. Porém, acontece que todo o mundo tem acesso à zona, sendo os ditos lugares ocupados por gente que não ali mora.

Para que seja transformado este direito virtual em real, foi entregue no dia 31 de Agosto de 2009, no Gabinete da Mobilidade um abaixo-assinado de moradores e comerciantes com 75 assinaturas, endereçado ao Sr. Presidente da Câmara apontando algumas sugestões para resolver esta situação.

Até ao dia de hoje, ainda ninguém se pronunciou sobre este caso.

Já que a técnica (de gabinete) especialista em mobilidade não dá ouvidos aos moradores, faço votos que não faça ouvidos moucos ao Secretário-Geral do Eixo Atlântico o galego Xoán Vázquez Mao, que considera fundamental que “ não se pode fazer uma cidade contra as pessoas”, caso contrário estamos a contribuir para a morte das cidades.

Espero que o galego Xoán tenha mais sorte que os moradores da zona dita histórica e pedonal de Penafiel.

- O tempo o dirá! …. A ver vamos.

Notícia de última hora...
O promotor do abaixo-assinado, 5 meses depois de o ter entregue na Câmara Municipal de Penafiel, foi finalmente recebido no dia 25 de Janeiro de 2010, pela vereadora Eng.ª Paula Teles.
Agora, aguardemos que das palavras aos actos, não demore tanto tempo.