29 agosto 2010

COISAS DA TERRA

COISAS DA TERRA
A Nossa Terra 

Longe vai o tempo, em que a Feira das Cebolas no dia de S. Bartolomeu se realizava no Largo da Devesa, na freguesia de Penafiel. 

Aqueles corredores formados pelo empilhado das cebolas, onde os agricultores faziam as suas vendas aos transeuntes que por ali passavam, davam uma textura bonita ao largo.

Hoje, passados 240 anos deste chão ter passado à categoria de cidade, a Feira das Cebolas deixou de fazer parte da freguesia de Penafiel, passando a mesma para a freguesia de Milhundos.

Como se isto não bastasse, também pequenos adornos vão-se eclipsando da cidade como a tesoura da barbearia Elite que entretanto encerrou portas, assim como o canhão do Vira Vento do mirante da casa da dona Maria Teresa como é vulgarmente conhecida. Faço votos que apenas tenha ido reparar, e não tenha obtido a sua certidão de óbito.


Mas o que me trás aqui, é o velho barracão que existia na extinta Praça do Mercado. Debaixo daquelas chapas, aos dias 10 e 20 de cada mês, se feiravam cebolas, batatas, galinhas e até pão de Padronelo, isto para não falar dos campeonatos de jogos de Futebol de Salão que ali se realizavam e até do Baile das Vindimas ao Luar.


Evidentemente, que esta comissão de festa que por aí anda, nada sabe destas coisas e está-se nas tintas para estas coisa, que para essa tropa é lixo e para nós que crescemos a ver e sentir Penafiel são património municipal.

O barracão que apodrece nas traseiras da Escola Secundária de Penafiel, desde que foi retirado a quando do desaparecimento da Praça do Mercado, em prol do tal apregoado progresso pela comissão de festas da época que dava pelo nome de AD.

Com a falta de sombras que se faz sentir no Parque da Cidade, poderíamos dar vida nova ao barracão, onde o mesmo poderia ser reutilizado. Isto é… se a comissão de festas, aceita-se esta ideia, que pela minha parte, até a ofereço de borla.


Mas também não me espanta nada, que escolham o apodrecimento do barracão, deixando o mesmo entregue à erosão do tempo.

Embora o barracão não dê votos, pode ser que a comissão de festas mais vocacionada para o forró, comes e bebes e passeatas, desperte a consciência numa destas idas a Fátima com tantos devotos penafidelenses, e o velho barracão renasça de novo.

Utilizando uma linguagem tele novelesca, vou terminar este meu escrito ficando a aguardar os próximos capítulos.