24 maio 2011

O B.N.U. EM PENAFIEL

O BANCO NACIONAL ULTRAMARINO EM PENAFIEL

Criação do Banco Nacional Ultramarino

A 16 de Maio de 1864 a Carta de Lei, assinada pelo rei D. Luís e subscrita por José Mendes Leal (Ministro da Marinha e Ultramar) e João Crisóstomo de Abreu e Sousa5 (Ministro das Obras Públicas), autoriza a criação do Banco Nacional Ultramarino por tempo indeterminado e com sede e direcção em Lisboa.

Chegada do B.N.U. a Penafiel

No ano de 1920 o BNU continua a apostar na expansão da sua rede bancária. São abertas as agências de Évora, Santarém, Silves, Lamego, Portimão, Torres Vedras, Penafiel, Ovar, Barcelos, Estremoz, Elvas, Chaves e Régua. Nos Açores é aberta a agência de Ponta Delgada enquanto que no Ultramar são inauguradas as agências de Bié, Lubango e Ibo.


Demolição do Prédio do B.N.U. em Penafiel

Em Novembro de 1966, assistimos à demolição pura e simples dum dos melhores edifícios da Praça Municipal. Uma frontaria em pedra lavrada, de linhas bonitas, que atestava, sem dúvida, a importância do Banco Nacional Ultramarino.

Na minha opinião, foi um autêntico disparate, ter deixado demolir este prédio que era um autêntico monumento, e que assinalava uma época de engrandecimento desta cidade de Penafiel.

Tal como a perda da Praça do Mercado, aos penafidelenses, apenas nos resta lamentar estes erros, que depois de feitos não têm remédio e portanto, não nos adianta chorar.

Novas Instalações do Banco Nacional Ultramarino

Inauguradas a 12 de Junho de 1968


Integrada nas comemorações das Festas do Corpo de Deus do ano de 1968, teve lugar a inauguração das novas instalações do Banco Nacional Ultramarino, projectadas pelo arquitecto Raul Lino, e que no dia 12 de Junho de 1968, pelas 17h com a presença do governador e vice-governador e inspector do Banco Nacional Ultramarino, respectivamente srs. Dr. Francisco José Vieira Machado, D. Luís Pereira Coutinho e Armando de Sousa Magalhães, que se deslocaram propositadamente para o efeito. Numerosos convidados de entre os quais destacamos os srs. Presidente da Câmara, Coronel Cipriano Alfredo Fontes, Comandante do R.A.L.5, Major Rolando Ferreira, Presidente da União Nacional, António Gouveia Mendes de Vasconcelos, Vigário da Vara e Pároco de Penafiel, Ver. Padre Albano Ferreira de Almeida, Comandante da G.N.R, Tenente Mário Ferraz, Sub-Chefe Queirós, da P.S.P., Manuel A. Afonso em representação da Santa Casa da Misericórdia, Subdelegado de Saúde, Dr. Francisco Brandão Rodrigues dos Santos, Presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários de Penafiel, Armando Matos de Almeida, Subdirector da Escola Industrial de Penafiel, Escultor Júlio Carneiro Giraldes, Adjunto do Director Escolar do Porto, Prof. Albano Morais da Silva, Delegado Escolar, Prof. Fonseca, Comandante dos B.V.P., António do Sacramento, Médicos, Advogados e todo o funcionalismo do Banco Nacional Ultramarino, estiveram ali presentes a assistir à inauguração.

A Benção das instalações foi dada pelo Ver. Padre Albano e seguiu-se-lhe demorada visita a todas as dependências com explicação aos visitantes do funcionamento impecável do dispositivo de segurança e da maneira como todos os recantos foram convenientemente aproveitados para tornarem aquele edifício mais funcional.

Numa das dependências do Banco foi servido um magnífico copo de água a todos os convidados usando da palavra, em primeiro lugar o Gerente do Banco Nacional Ultramarino, nesta cidade, sr. Arnilde Alberto Casimiro Marques, que disse:

Excelentíssimo Senhor Vice-Governador:

Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal:

Reverendíssimo Senhor Padre Albano:

Excelentíssimas Autoridades Civis e Militares:

Meus Senhores:

Em nome de todos os funcionários desta Agência e no meu, cumprimento Vossas Excelências e agradeço a Vossa presença pelo brilhantismo que vieram dar ao acto da inauguração destas belas instalações.

As minhas primeiras palavras são para agradecer a Vossa Excelência, Senhor Governador, a honra que nos deu em presidir a este acto inaugural e Deus queira que Vossa Excelência continue a ter saúde para poder dar, por muitos anos, o vosso melhor contributo e inteligência à nossa grande organização bancária.

Ao nosso Vice-Governador, Excelentíssimo Senhor D. Luís Pereira Coutinho, obreiro directo das novas instalações, o nosso muito obrigado pelo carinho que lhes dedicou.

Também o nosso obrigado às entidades locais, aos Senhores Arquitectos, Engenheiros e operários que contribuíram para a sua execução.

Pela vossa visita a este estabelecimento verificaram Vossas Excelências que o mesmo foi feito com todo o cuidado, para dar a maior comodidade aos clientes e aos funcionários.

Desde há muito, tem vindo o B.N.U. a desenvolver grande actividade no sector de melhorar, quer por novas instalações, quer por reformas quase totais, os edifícios do Banco, e isso só é possível mercê da sólida e eficiente administração dos nossos Governantes.

A Dependência nesta cidade foi aberta ao público em 1 de Julho de 1920 e, desde então, tem o B.N.U. vindo a desempenhar relevantes serviços nesta região, tanto na agricultura, como no comércio e na indústria.

Sobre a indústria, permitam-me Vossas Excelências fazer uma referência especial à região de Lordelo (freguesia de Paredes) que, com orgulho, podemos dizer, tudo ou quase tudo ali feito se deve ao Banco Nacional Ultramarino.

Nenhuma outra entidade bancária de então se aventurou naquelas áreas. Mas o B.N.U. – O BANCO DO POVO – não teve receio em financiar e fomentar uma indústria que nascia naquela terra.

E, assim tem sido o nosso Banco, desde a sua fundação há mais de cem anos.

Termino, levantando a minha taça para beber à saúde de Vossas Excelências e pelas prosperidades do Banco Nacional Ultramarino.

Seguidamente e por ordem falaram ainda os srs. Dr. Francisco Brandão, Prof. Albano Morais da Silva, Coronel Cipriano Fontes e, por último, o Governador Dr. Francisco José Vieira Machado que depois de agradecer aos oradores e a todos os presentes afirma que para ele esta dependência nada vale porque deve chegar a vez de todas as terras para concretização da obra do B.N.U., porque o que se fez está em grande escala espalhado por todo o território Nacional.

Afirmou ainda que o B.N.U. é o banco do povo e que é um colosso, mas um colosso ao serviço da Nação, terminando com votos de prosperidade para Penafiel e sua região.

Nacionalização do B.N.U.

A política de estatização das instituições financeiras privadas veio a aplicar-se ao BNU por meio do decreto-lei n.º 451/74 de 13.09.1794. Era primeiro-ministro o Brigadeiro Vasco dos Santos Gonçalves e ministros da Coordenação Territorial e das Finanças, respectivamente, o Dr. António de Almeida Santos e o Dr. José da Silva Lopes. Tomando por base o disposto no n.º 1, 3.º do art. 16.º da Lei Constitucional n.º 3/74 de 14.05.1974, e em cumprimento do anunciado na alínea p) do n.º 4 do preâmbulo do Decreto-Lei n.º 203/74, declarava-se o Banco Nacional Ultramarino como nacionalizado a partir do sai 15 de Setembro74. O n.º 1 do artigo 2.º era claro na sua determinação: “O Banco constitui uma empresa pública, cujo capital é representado por acções de que o Estado é o único titular.”

O B.N.U. é incorporado na Caixa Geral de Depósitos

Em 23 de Julho de 2001

Em 28.05.2001 deliberou-se a fusão do BNU com a CGD. A 30.03.2001 é elaborado o projecto de fusão, por incorporação, mediante a transferência global do património da sociedade “Banco Nacional Ultramarino SA”, com sede em Lisboa, para a “Caixa Geral de Depósitos SA”. A 23.07.2001, conforme deliberação de 28.03.2001 do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos, dá-se a fusão, por incorporação, mediante a transferência global do património da sociedade “Banco Nacional Ultramarino SA” para a “Caixa Geral de Depósitos SA”.Com esta medida o BNU deixa de existir.

No prédio onde funcionou o B.N.U., na Praça Municipal em Penafiel, hoje está instalado, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel.

18 maio 2011

SANTA MISSÃO

SANTA MISSÃO

Quem entra na Igreja Matriz de Penafiel, pela porta da Pia Baptismal, um pouco mais à frente, antes de chegar ao altar da Nossa Senhora da Conceição, encontra na parede uma cruz deixada pelos padres passionistas como memória da sua passagem por Penafiel.

Entre os dias 17 a 31 de Março de 1963 realizou-se nesta cidade uma Missão.

Esta Missão foi dirigida pelos Padres Passionistas que têm um método próprio de missionar.

Na primeira semana - 17 a 24 - além dos exercícios da manhã e da noite para toda a gente, os Missionários falaram diariamente pelas 17 horas, às crianças. Ainda no decorrer dessa 1.ª semana foram visitar os entrevados e dar-lhes a Sagrada Comunhão, bem como aos doentes do Hospital, e igualmente visitados em vários dias, os reclusos da cadeia e os militares do R.A.L.5.

Na 2.ª semana, além dos exercícios para toda a gente às 6,30h e às 21 h, os Missionários fizeram conferências especializadas só para casais, só para rapazes, raparigas, homens, senhoras, criadas etc.

Também foi na altura, elaborado um programa – horário para cada família da Paróquia. Através dele todos souberam o dia, hora e local, das conferências que mais lhe podiam interessar. Oxalá todos tenham aproveitado esta Santa Missão.

Os padres pregadores, tinham de tal maneira o dom da oratória, que não só cativavam quem os ouvia, como por vezes nos amedrontavam com a imagem do inferno descrita por eles, neste reino de pecadores.

Mas quem são os passionistas?

São um grupo de cristãos, sacerdotes e leigos, que vivem em comunidade fraterna, dispostos a anunciar aos homens e às mulheres do nosso tempo o Evangelho de Cristo. Esta comunidade de apóstolos foi fundada por S. Paulo da Cruz (Paulo Danei: 1694-1775) em Itália, no ano de 1720.

Os Passionistas comprometem-se, através de um voto especial, a promover a memória da Paixão de Cristo (Memoria Passionis) com a palavra e com a própria vida. Procuram fazê-lo, sobretudo, com a pregação e com a sua presença junto dos pobres e dos marginalizados por qualquer razão; enfim, junto de todos os "crucificados" da actualidade.

O nome oficial da Congregação Passionista é Congregação da Paixão de Jesus Cristo.

O Fundador: S. Paulo da Cruz

Síntese Biográfica:

Paulo Danei Massari nasceu em Ovada, Itália, a 3 de Janeiro de 1694, tendo-se mudado, mais tarde, para Castellazzo-Bormida, não muito longe da sua terra natal. A sua mãe ensinou-o a ver na Paixão de Jesus Cristo a força para superar todas as provas e dificuldades. Assim, enamorado de Jesus Crucificado desde criança, quis entregar-Lhe toda a sua vida. Durante uma grave doença, a visão do inferno horrorizou-o. Ouvindo a pregação de um sacerdote, o Senhor iluminou-o relativamente ao amor de Cristo Crucificado: foi o momento a que ele próprio chamou de "conversão".

O Fundador foi contemporâneo de grandes pregadores como S. Leonardo de Porto Maurício, a quem cumprimentou em determinada ocasião, e S. Afonso Maria de Ligório, a quem não chegou a conhecer. Tal como a eles, o amor a Jesus Crucificado impelia-o para o serviço apostólico das missões.

E com este texto, recordamos aqui uma passagem da nossa vida, que muitos já nem se lembravam, assim como para os mais novos, ficarem a saber, a razão da existência daquela Cruz, colocada na Igreja Matriz de Penafiel.

02 maio 2011

NOVELAS FESTEJOU ABRIL COM ABRIL

NOVELAS FESTEJOU
ABRIL COM ABRIL

Novelas mais uma vez, festejou Abril com Abril. É que os triunfadores do 25 de Novembro para os lados de Belém, falaram em Abril da situação actual como não tivessem culpas no cartório. Não foram estes senhores, que destruíram a Reforma Agrária, as nossas pescas, agricultura e a indústria metalomecânica e criaram um exército de desempregados neste país, e agora vêem-nos dizer que é preciso produzir mais.

Por isso, e apesar do tempo convidar mais a uma passeata, ou uma ida à romaria da Senhora da Saúde na vizinha freguesia de Bustelo, decidi ir ver e participar no 25 de Abril no salão da Junta de Freguesia de Novelas.

Pelas violas nas mãos de Carlos Andrade, João Teixeira e José Silva ouviu-se sons de Abril adoçadas com um rol de canções de Luís Cília, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, José Afonso, e até “Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores” do Brasileiro Geraldo Vandré, que a malta presente ia trauteando o melhor que sabia e podia numa união de vozes com os cantores em palco. Pelo meio tivemos um recital de poesia pela voz de Maria de Lourdes, que terminou com o poema As Portas Que Abril Abriu de autoria de Ary dos Santos.

No final, com todo o público de pé, entoou-se esse hino da fraternidade que serviu de senha do Golpe Militar do 25 de Abril, que é a canção Grândola Vila Morena de José Afonso.

Mais uma vez, os ventos de Abril assolaram Novelas, e sempre que Abril lá passar, lá estarei sempre presente para o ajudar.

Para terminar, não podia de deixar de endereçar os meus parabéns a todos que tornaram possível este evento de Abril com Abril, na freguesia de Novelas.

Quero agradecer ao meu amigo Meireles, que me enviou alguns vídeos deste festejo do 25 de Abril, para ilustrar o meu texto. Como diz o nosso povo, "pela aragem vê-se quem vai na carruagem," e embora não conheça pessoalmente esta gente, posso afirmar que não são, nem nunca serão TROIKA tintas, que é uma coisa que anda hoje em dia muito em moda.

A todos um grande abraço.