23 setembro 2011

SERÁ QUE SOMOS UM PAÍS RICO?

Só um país e uma câmara sem problemas económicos, se pode dar ao luxo de executar uma obra como a da ponte com elevador para unir a Avenida Sacadura Cabral à Praceta da Alegria.

Estou mesmo a ver os miúdos à saída da escola a irem de elevador para a Avenida Sacadura Cabral em vez de andarem 10m a pé.

É que não basta pôr lá o elevador, é preciso alimentá-lo com energia eléctrica, numa altura em que desde o governo às autarquias tentam poupar ao máximo.

Sabendo que na Praceta da Alegria funcionam os CTTs, as Finanças e a Loja do Cidadão, não seria preferível manter uns lugares de estacionamento, para os cidadãos que precisam de se deslocarem a estas repartições, em vez desta obra de fachada com o custo de 433.824 €.

Mas há uma coisa que estas obras da regeneração urbana de Penafiel têm em comum, é a diminuição de lugares de estacionamento no tecido urbano. Será que com menos estacionamentos estamos a criar melhores condições para atrair mais gente para a cidade?

Há quem acredite que sim, mas o que a vida nos tem ensinado e os nossos olhos têm visto, é a desertificação acelerada do miolo da urbe.

Alguém já meditou porque existem nesta zona muitas casas devolutas, ou porque é que até os próprios cafés fecham ao domingo de tarde?

Podem crer que trocava estas obras todas por uma faculdade, construída nos terrenos da antiga serração. Pois com a vinda de alunos, a cidade rejuvenescia, ganhava alma, cor e alegria que esta malta estudantil sabe transmitir e que a cidade já conheceu quando tinha o Magistério Primário.

Estou convencido que quando a União Europeia financiar obras para se deitar areia no chão, ainda vou ter um areal à minha porta, com a justificação que isto vai atrair turistas para apanharem uns valentes banhos de sol.

Já agora, um pormenor que faltou a esta regeneração e que faço aqui questão de lembrar, mandem vir um camião de Papa Chiclas, porque com tanto quilómetro de chão em pedra, vão fazer mesmo bué de falta.

17 setembro 2011

REGENERAÇÃO

TAMBÉM RIMA COM DESTRUIÇÃO



Depois da Praça do Mercado ser destruída, chegou agora a vez da Praça Municipal. Aquela calçada e aqueles desenhos dos sucessivos emblemas do município, estão condenados a desaparecer do mapa do património municipal da cidade de Penafiel, que cada vez deixa mais Pena e cada vez é menos fiel ao seu passado.

Não compreendo porque se teima em chamar a este sítio de centro histórico, quando se arranca o que é antigo e lindo, para em seu lugar serem colocados calhaus. Por mais marketing que façam (e nisso são especialistas em relação à oposição, se é que ela existe), e adocem a boca com bolinhos de amor, penso que a destruição desta praça é um erro, tal como o foi a da Praça do Mercado, pois a tão apregoada mobilidade não sofreria com a sua manutenção, já que a mesma está assegurada à sua volta.

Bem sei que o preto e branco se vai manter nesta praça, basta ver como ficou o piso na Rua Alfredo Pereira e no Largo da Ajuda para termos uma noção do que será futuramente a Praça do Município.

Mas porque será que isto acontece a esta cidade?

Para não dizerem que sou má-língua, vou-me socorrer do texto “Primavera traída” do Professor Zeferino Lopes extraído do Livro Vivências de Abril, publicado em 2008, na Escola Secundária de Penafiel.

“ 3º - Gente sem formação de base, sem conhecimento científico ou cultural reconhecido, mas que, à custa do oportunismo e da retórica vazia de ideias (mas cheia de palavras ocas como “liberdade”, “democracia”, “justiça”, “progresso social” que empolgavam as multidões de analfabetos e embrutecidos pela cortina de fumo que constituiu a longa ditadura), depressa subiu os escalões do poder – primeiro dentro dos partidos e depois até dentro da hierarquia do Estado, ocupando muitos os lugares de responsabilidade como autarcas, deputados, etc.. Daí resultou todo um conjunto de asneiras que, agora, pagamos caro: a destruição, em nome do “progresso”, do património cultural em muitas cidades históricas de que Penafiel é também um mau exemplo (perdemos para sempre um mercado do séc. XVII em granito e ferro forjado tendo sido implantado, no seu lugar e no centro da cidade, um prédio que a descaracterizou profundamente).

Quando foi destruída a Praça do Mercado, e agora a Praça Municipal, o município era governado pelos mesmos partidos PSD e CDS. No primeiro caso na coligação baptizada de AD (Aliança Democrática), e agora com o nome Penafiel Quer.


É bom que os penafidelenses não se esqueçam, que uma terra que não respeita o seu passado, é uma terra sem futuro, e que depois dos erros cometidos, apenas nos resta lamentar.

11 setembro 2011

COMEMORAÇÃO DO CINQUENTENÁRIO


COMEMORAÇÃO DO CINQUENTENÁRIO
da
ESCOLA INDUSTRIAL DE PENAFIEL

8 DE Outubro de 2011


PROGRAMA:

10h30 - Missa na Igreja da Misericórdia pelos professores, funcionários e alunos já falecidos.

12h00 - Sessão solene na Escola Secundária de Penafiel nº 1(Sameiro), colocação de placa comemorativa do Cinquentenário.
Visita ás novas instalações da Escola Secundária e pequena exposição sobre a Escola Técnica.


13h00 - Almoço/Convívio no Restaurante Penafidelis(Sameiro).

15h00 - Distribuição de uma medalha Comemorativa do Cinquentenário acompanhada de uma pequena brochura.

15h30 - Animação Musical pelos antigos alunos.



Preço Pessoa - 30,00 € (Almoço 25,00- medalha 5,00€ ).


Agradecemos confirmação até 30 de Setembro pelos contactos:


933 680 167 ou 255 213 223.


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Cada colega faça publicidade do evento para todos terem conhecimento.

OS DOIS 11 DE SETEMBROS

O PRIMEIRO DÁ-SE NO CHILE
em 11 de SETEMBRO de 1973





O SEGUNDO NOS E. U. A.
a 11 de SETEMBRO de 2001






1 - Ambos são reprováveis.

2 - Todos sabemos quem são os responsáveis dos dois.

3 - Sabemos que no 1.º houve mais mortes, que no 2.º.

4 - Aos seus cúmplices apelidam-se uns de democratas e outros de terroristas.

5 - As televisões, as rádios e os jornais, falam de um e esquecem o outro.

Porque será, que eles escondem um 11 de Setembro, e fazem ressonância do outro. Fará isso parte de um bom serviço público de jornalismo, ou então para que serve a tão apregoada liberdade de imprensa nos países ditos democráticos.

- Ou será, que uma vida de um ser humano chileno, vale menos que a de um americano?

Os familiares das vítimas de ambos os lados, sabem responder melhor do que qualquer um de nós.


Espero que o Homem aprenda com os seus erros, pois como diz o nosso povo:
"Quem semeia ventos, colhe tempestades".

03 setembro 2011

PONTE DUARTE PACHECO

PONTE DUARTE PACHECO


QUEM FOI DUARTE PACHECO

Formou-se em Engenharia Electrotécnica pelo IST em 1923 com 19 valores, tornando-se de seguida professor e posteriormente director do mesmo.

Em 1928 e sob sua orientação dá-se início à construção dos edifícios do Instituto Superior Técnico (I.S.T.) de Lisboa, construindo-se aquele que viria a ser o primeiro Campus Universitário português.

O Instituto Superior Técnico numa foto de 1928.

A Alameda Afonso Henriques ainda muito no seu começo em cujo lado oposto ao IST viria a ser construída a Fonte Luminosa também obra deste estadista.

Neste mesmo ano Duarte Pacheco é nomeado Presidente da Câmara de Lisboa. Mais tarde é nomeado Ministro da Instrução Pública, cargo que viria a abandonar em 1932. Neste ano o Dr. Oliveira Salazar nomeia-o Ministro da Obras Públicas e Comunicações.

O Instituto Nacional de Estatística, a Casa da Moeda, a Fonte Luminosa na Alameda Afonso Henriques, a Estação Marítima de Alcântara, e a Ponte Duarte Pacheco (Penafiel), são mais outras obras mandadas construir por Duarte Pacheco.

Mandou construir as auto-estradas Lisboa - Estádio Nacional e Lisboa - Vila Franca de Xira, pioneira da A1. Projectou a actual Av. de Roma, em Lisboa, da forma como ainda hoje permanece, do ponto de vista imobiliário. Portugal deve-lhe a modernização dos serviços dos correios e telecomunicações.

Foi sua, também, a criação do Parque de Monsanto, e contribuiu para a construção do Aeroporto da cidade de Lisboa (Portela), e o Estádio Nacional.


PONTE DUARTE PACHECO

Em Penafiel, mais propriamente na freguesia da Eja, foi construída uma ponte na foz do Rio Tâmega baptizada com o seu nome.

Esta ponte é construída em alvenaria e cantaria em vez de ferro ou betão armado, não só para evitar a importação de grande quantidade de ferro, mas de forma a aproveitar também a grande abundância de pedra granítica de boa qualidade que existe na região. Além disso, como nessa altura existia muito desemprego na região, esta ponte foi fundamental no restabelecimento do equilíbrio social. (Vejam como se pode combater o desemprego, utilizando matéria-prima e mão-de-obra nacional).

Esta obra foi adjudicada pela quantia de 4.100.000$00 a Jorge Vieira Bastian e Manuel Gonçalves Costa, empreiteiro, e foi consignada a 5 de Junho de 1937, tendo o prazo de 1.100 dias para a sua conclusão.

Todavia a 17 /11 / 1937, em consequência de uma cheia foi derrubada a campânula e paredes do caixão da fundação do pilar da margem direita, o que originou um atraso de cerca de 3 meses.

Posteriormente foram autorizadas três ampliações de 180, 60 e 90 dias para atender aos trabalhos a mais e uma prorrogação de 120 dias a pedido do empreiteiro.

Os trabalhos ficaram concluídos a 1de Setembro de 1941, dentro do prazo autorizado.

Na portaria de 5 de Junho de 1941,foi determinado que esta obra passasse a ser designada por “Ponte Duarte Pacheco”.

A 18 de Setembro de 1941, foi inaugurada solenemente, pelo Presidente da República Ex.mo Sr. General António Óscar de Fragoso Carmona. Na mesma ocasião, foi descerrado o padrão comemorativo deste acto, que foi construído no extremo dos muros de alvenaria do lado de Entre-os-Rios e, no qual, se encontra escrito o nome da ponte e a data da sua construção.


À inauguração assistiram Sua Ex.ª o Ministro das Obras Públicas e Comunicações, o Sr. Eng.º Duarte Pacheco, o sub Secretário de Estado das Obras Públicas e Comunicações, o Bispo do Porto, o Governador Civil, o General Comandante da 1.ª Região Militar, o Presidente da Junta Autónoma de Estradas, Presidentes das Câmaras Municipais de Penafiel e do Marco de Canaveses.

Quando o Buick Roadmaster se despistou na Nacional 4, a 15 de Novembro de 1943 ….. Portugal perdeu um grande ministro das Obras Públicas e Comunicações. Tinha apenas 44 anos de idade.


Morreu no Hospital de Setúbal a 16 de Novembro de 1943 na sequência de um acidente de automóvel, ocorrido na véspera, na estrada nacional 4 em Montemor-o-Novo, perto das instalações da Marconi.