26 setembro 2012

ANTES QUE O TEMPO NOS MATE



ANTES QUE O TEMPO NOS MATE
VAMOS RECORDAR

João Oliveira - Augusto Cristina - José Nogueira e Bernardino Oliveira

Esta foto foi tirada no ano de 1931, à porta do estabelecimento de solas e cabedais de Joaquim José de Oliveira (O Gordo), antes de o mesmo ser devorado pelas chamas no grande incêndio que ocorreu no dia 17 de Outubro de 1935, na Rua Alexandre Herculano, hoje Largo da Misericórdia.

Bilhete Postal do Estabelecimento (O Gordo)

ANTÓNIO LOBO ANTUNES NA ESCRITARIA



ANTÓNIO LOBO ANTUNES
 NA ESCRITARIA 2012


ANTÓNIO LOBO ANTUNES
  
"A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos."


Depois de Urbano Tavares Rodrigues, José Saramago, Agustina Bessa Luís e de Mia Couto, António Lobo Antunes foi o escritor escolhido para ser homenageado na Escritaria 2012, que se realiza em Penafiel nos dias 26 a 28 de Outubro. 

O escritor irá apresentar o seu último livro “Não É MEIA NOITE QUEM QUER”, que será lançado no próximo dia 8 de Outubro.

CAPA DO LIVRO


Apesar de haver muita actividade, ligada às letras, na cidade de Penafiel, durante a ESCRITARIA, não sei porque nunca foi organizado neste evento uma feira do livro, aproveitando para o efeito a presença de muitos escritores, e potenciais compradores, apesar da crise que atravessamos.
Infelizmente, nem sempre o escritor homenageado nos brinda com a sua presença, por isso, faço votos que António Lobo Antunes não falte à chamada.

URBANO TAVARES RODRIGUES - 2008


JOSÉ SARAMAGO - 2009
AGUSTINA BESSA LUÍS - 2010
MIA COUTO - 2011




24 setembro 2012

IGREJA DE S. BARTOLOMEU



IGREJA DE S. BARTOLOMEU
QUINTA DE LOUREDO - PENAFIEL

Esta igreja faz parte da Quinta de Louredo.
 

Muito antes de existir a cidade de Penafiel, já a freguesia de Louredo estava no mapa, assim como a Igreja de S. Bartolomeu.

À sua volta começou a feira em honra de S. Bartolomeu, onde se comercializavam cebolas, melões de casca de carvalho, melancias e até furões e cães de caça.

Mas o que me traz aqui hoje, não é propriamente a feira, mas o modo como se escrevia à época e a maneira como foi redigido este assento de nascimento de um bebé nado-morto, que foi enterrado na Capela de S. Bartolomeu, quando esta freguesia já tinha desaparecido e fazia parte da cidade de Penafiel, e que reza assim:

Hum filho de Joze Caetano Ribeiro, e a sua mulher Rosa Ferreira do lugar do Ruibal desta Cidade baptizado em caza por necessidade ao nascer pela parteira Thomazia Maria mulher de Joze Antunes Vieira desta Cidade aos três dias de Abril do anno de mil sete centos, oitenta, e seis, quando logo falleceo; e foi seo cadáver sepultado na Capella de S. Bartholomeo da mesma freguesia que com outras serve de Parochial, de que fiz este assento que assignei.
Custodio de Souza Nogueira de Mello

18 setembro 2012

RUA NOVA OU RUA JOAQUIM COTTA



RUA NOVA = RUA JOAQUIM COTTA

Esta pérola cedida pelo Beça Moreira



O meu amigo Beça Moreira, publicou no seu blogue “Do Alto do Sameiro” este anúncio da venda de livros de registos e assentamentos.

Acontece que o meu amigo perguntava em título “Onde era a Rua Nova”.

Desfolhando o livro “A Matriz até à Misericórdia” de Pedro José Garcia da Nascimento Graveto, na pág. 41faz a seguinte referência à Rua Nova. 

A Rua Nova passa pelas traseiras da igreja da Misericórdia conectando as Chãs com a Rua Cimo de Vila.”

Já na pág. 48 pode-se ler o seguinte:

A antiga Rua Nova passa a Serpa Pinto, actual Joaquim Cotta e a rua a Este do mercado fica com o nome de Álvaro Castelões.”

O casario da Rua Nova seria diferente do actual, pois o prédio correspondente ao n.º 11 é o Talho Conquistador e o n.º 15 é do antigo Caldeireiro que já encerrou as suas portas. 

Na pág. 50, pode-se ver uma planta da cidade, e na descrição das ruas podemos ler o nome que as mesmas tinham no antigamente e na actualidade.

Planta da cidade. Clicar para aumentar.


1 – Estrada Real n.º 33 = Rua Vista Alegre
2 – Rua Cimo de Vila = Rua Alfredo Pereira
3 – Rua do Paço
4 – Rua Nova = Rua Joaquim Cotta
5 – Quelha Larga = Rua da Misericórdia
6 – Rua Direita
7 – Rua do Hospital = Rua Mário de Oliveira
8- Rua do Poço = Rua do Sacramento
9 – Travessa do Bom Retiro
10 – Rua da Piedade de Baixo = Rua do Bom Retiro
11 – Rampa da Alegria = Rua Joaquim Araújo
12 – Rampa das Freiras = Rua Conde Ferreira
13 – Rua Formosa = Av. Sacadura Cabral
14 – Estrada Real n.º 36 = Rua Eng.º Matos
15 – Rua de Santo António Velho = Rua do Carmo

09 setembro 2012

A IGREJA DE MILHUNDOS



A IGREJA DE MILHUNDOS

Antiga Igreja de Milhundos

Nova Igreja de Milhundos
 
A paróquia de S. Martinho de Milhundos é de fundação medieval.

Milhundos já existia como paróquia do Mosteiro de S. Miguel de Bustelo em 1258, como se lê nas Inquisições.

J. Monteiro de Aguiar (C.M.P. – 1936-43, pág. 141), faz referência a um doc. De Paço de Sousa, de 1102 (sem indicar qual seja ele), em que fala de S. Maria de Melhundos.

Nas Inquisições de D. Dinis também o orago é S. Maria, enquanto nas de D. Afonso III, já figura o S. Martinho.

Também se pode ler no Dicionário Coreográfico de Portugal Continental e Insular de Américo Costa, e, segundo a Estatística Parochial, em 1840 estava esta freguesia anexada à de Santa Marta. Mais tarde em 1862, está anexada à de Milhundos a freguesia de Rande de (S. João Baptista), que antigamente estava anexada à de Canas de Duas Igrejas.

Na antiga Igreja de Milhundos, sobressaía a brancura das paredes, a simplicidade das suas linhas e as suas modéstias dimensões. 

Nesta humilde igreja, António Ferreira Gomes celebrou a sua Missa Nova no ano de 1928.



Já em 1969, após o regresso do exílio de D. António Ferreira Gomes (Bispo do Porto), na sua primeira visita à sua terra natal, fez questão de visitar a velha igreja paroquial de Milhundos.




Com o decorrer dos anos, a pequena Igreja de Milhundos, tornou-se impotente para albergar os fiéis que a ela acorriam, e era o ponto fulcral das conversas.

D. António Ferreira Gomes, e o Pároco Carlos da Silva Reis são os grandes impulsionadores da construção da nova Igreja de Milhundos.

A primeira pedra da parte reedificada, foi lançada a 13 de Dezembro de 1981, pelo Bispo do Porto ao tempo, D. António Ferreira Gomes.



Assim, nasceu a nova Igreja Paroquial de Milhundos, moderna, de esguia torre sineira com a cruz bem lá no alto, que foi consagrada no dia 7 de Outubro de 1984, pelo Arcebispo do Porto, D. Júlio Tavares Rebimbas.



Da antiga igreja, aproveitou-se a Capela-Mor, convertendo-a em Capela Baptismal. Se a antiga capela-mor simboliza a fé tradicional, a actual construção renova a mesma fé assumida no presente.

Os participantes nos actos litúrgicos têm uma ampla visibilidade do altar-mor, já que a nave é inclinada, finalizando com degraus na parte posterior e, num plano superior, assim como o coro. Esta Igreja de Milhundos pode comportar 450 pessoas sentadas.



A cerimónia da sua inauguração, começou às 11 horas, estando presente entre os milhundenses:
D. António Ferreira Gomes, D. Júlio Tavares Rebimbas (Bispo do Porto), D. Domingos de Pinho Brandão e D. João Miranda, ambos Bispos Auxiliares do Porto e D. Manuel da Silva Martins, Dispo de Setúbal à data.
Governador Civil do Porto e esposa, O Vice-Governador, o Sr. Presidente da Câmara de Penafiel e esposa, o Capitão de G.N.R. de Penafiel e esposa, o Presidente da Junta de Milhundos, o Vigário Geral da Diocese o Cónego António dos Santos, filho ilustre de Milhundos, os Reitores dos Seminários e Directores do Colégio de Ermesinde, párocos de Guilhufe, Baltar, Galegos, Abragão, Real de Amarante, Rio de Moinhos, Boelhe e Rebordosa.

Eram 11h 20m, estoirou uma girândola, anunciando que a bênção e a sagração do novo templo haviam começado.

A homilia foi proferida pelo Senhor Arcebispo (Bispo do Porto) D. Júlio Tavares Rebimbas. 

Seguiu-se um almoço, servido a todos os convidados no refeitório da Escola Secundária de Penafiel, pelo Restaurante Caravana de Penafiel (já desaparecido), e aos brindes usaram da palavra o Pároco de Milhundos que a todos agradeceu, António Justino do Fundo, como Presidente da Câmara, que se disse feliz por assistir à inauguração de mais um templo no concelho de Penafiel.

D. Júlio Tavares Rebimbas, diz-se que lhe era muito grato inaugurar uma igreja, e que este dia, era um dia célebre e histórico para Milhundos.

Por fim, D. António Ferreira Gomes encerrou com um agradecimento ao Abade de Milhundos pelo empenho posto na construção da igreja e na catequização das gentes de Milhundos.

Esta obra, rondou os 12 mil contos (60.000€). Cerca de 3 mil contos (15.000€), foram oferta da família de D. António Ferreira Gomes. Da venda de terrenos do Passal, vieram 3.500 contos (17.500€). Os restantes foram fruto de contributos de todos os paroquianos e de benfeitores que de longe, trouxeram o apoio material para a obra. A Câmara de Penafiel, ofertou paralelos para todo o adro circundante.

O autor da planta foi o arquitecto Mário Emílio Ferreira Mendes dos Santos Azevedo, a convite de D. António Ferreira Gomes, que elaborou o projecto gratuitamente.


No adro da Igreja de Milhundos, pode-se ver uma estátua de meio-corpo do Padre Carlos da Silva Reis de autoria de Luís Mendes, como agradecimento de todos os milhundenses, a perpetuar o carinho da freguesia de Milhundos por ele.