30 junho 2013

ARRANJA-ME UM EMPREGO



ARRANJA-ME UM EMPREGO

 
No dia 27 de Junho, milhares de trabalhadores tiveram a coragem, e a dignidade de aderir à expressiva Greve Geral que se realizou no país.

Isto porque é urgente uma política diferente, e até a classe patronal, já tomou posição contra esta austeridade.

Evidentemente que o (des)governo não gostou, e até o nosso primeiro, com aquela cara de chico esperto, veio dizer que o país precisa de menos greves e mais de trabalho. 

Será que ele não sabe, que com as suas políticas todos os dias engrossam as filas para os Centros de Emprego, que só no último ano e meio 300.000 ficaram desempregados, que os jovens têm que emigrar, e que a taxa de 23% sobre a restauração, fechou as portas de muitos restaurantes?  

Poiares Maduro, o último craque que veio reforçar a meio da época a equipa governativa, anda preocupado porque em Portugal é tudo contestado.

Então este senhor, que antes duas semanas de arranjar tacho, tinha criticado o governo na sequência do chumbo do Tribunal Constitucional, admitindo até a hipótese de um governo de iniciativa presidencial, quer que a malta se cale?

Querem à força que eu seja
Parvo, cego, mouco e mudo
Mas eu é que não sou parvo
Oiço, falo e vejo tudo

Para retratar este texto, não encontrei nada melhor que a canção do Sérgio Godinho “Arranja-me um emprego”, que embora tenha sido gravada em 1979, infelizmente ainda está actual.


- Bom domingo!

26 junho 2013

O ANTIGO HOSPITAL



O ANTIGO HOSPITAL

Fachada do antigo hospital
 
No dia de S. João, no ano de 1894, foi inaugurado o Hospital da Misericórdia de Penafiel.

A bênção a todas as dependências foi dada pelo padre Alves Mendes, havendo em seguida “Te Deum”, oração congratulatória do reverendo Alves Mendes, e à sessão inaugural estiveram presentes os senhores Conselheiros Campos Henriques e Araújo e Silva.

Duas bandas de música da parte de tarde, percorreram as ruas da cidade.

Traseiras

Por iniciativa, uma comissão de cavalheiros, iluminou à noite a frontaria do hospital, assim como a Rua Araújo e Silva.


As duas filarmónicas tocaram para alegrarem a noite Sanjoanina. 

Estátua da Caridade

A estátua representando a caridade que se encontra no remate da frontaria do hospital, foi desenhada pelo Conselheiro Araújo e Silva, e executada nas oficinas do escultor Ferreira, situado na Rua Santa Catarina, na cidade do Porto.

Hoje, com a construção do novo Hospital “Padre Américo”, o antigo Hospital da Misericórdia de Penafiel, encerrou as portas, e até aos nossos dias, ainda não lhe foi dada qualquer utilização, como aconteceu com o de Lousada.

Foi pena não se ter passado para lá o posto médico, pois quem sabe, com as excelentes condições que possui, os penafidelenses não teriam sido castigados a irem à cidade de Paredes para serem consultados aos fins-de-semana.  

Talvez um dia destes, o Sr. Provedor juntamente com os seus membros da mesa, convergindo esforços com outras instituições, já que sozinhos penso ser difícil, façam algo com este imóvel que os penafidelenses se possam orgulhar.

Busto de Zeferino de Oliveira


E nessa altura, quem sabe, se possa colocar de novo a estátua do grande benemérito Zeferino de Oliveira, no seu devido lugar.

23 junho 2013

PANCADINHAS DO MEU ALHO



NA NOITE DE S. JOÃO
PANCADINHAS DO MEU ALHO



Hoje é a noite mais longa, para os rapioqueiros do S. João.

Começou por ser uma festa pagã, de adoração ao Deus do Sol, pois celebrava-se neste dia o solstício de verão, que o cristianismo soube de forma inteligente adaptar, festejando nesse dia o S. João.

A Meca do S. João em Portugal, é na cidade do Porto.

No tempo do arroz de quinze, o alho-porro, andava na mão de muitos foliões na noite sanjoanina, dando pancadinhas com o mesmo, na cabeça das pessoas do sexo oposto, como que a desejar-lhes boa-sorte, e quantas vezes esta brincadeira, foi o início de um namorico, que desaguou em casamento.

Nossa Senhora da Vandoma


A tradição de bater com o alho nas cabeças das pessoas, tem origem inglesa.

Por alturas da II Guerra, à porta do Grande Hotel do Porto, na Rua Santa Catarina, a gerência colocou cadeiras de lona nos passeios, para os hóspedes assistirem à passagem das rusgas, oferecendo um alho-porro a cada um. 

As velhotas inglesas, começaram a pousar o alho - porro na cabeça e no nariz dos passantes, numa atitude amistosa. 

Esta gente não tardou a ser copiada, e generalizou-se.

Ao romper do dia, o alho-porro é levado para casa e colocado atrás da porta principal, para proteger os da casa dos maus-olhados, sendo substituído no ano seguinte.

Na era do plástico, muitos trocaram as pancadinhas do alho, pelas marteladas do martelo de plástico, quem sabe nos tempos que correm “fabricados na china”.

Ainda hoje, o que muita gente não sabe, é que o S. João nunca foi, nem é, o padroeiro da cidade do Porto.

Brasão da cidade do Porto.

No início da portugalidade, foi S. Vicente de Fora (padroeiro da cidade de Lisboa), seguiu-se S. Pantaleão, e actualmente é a Nossa Senhora de Vandoma, que aparece ao centro no brasão da cidade invicta.

Prédio engalanado na Rua do Carmo em Penafiel

Não se esqueça que o S. João é na rua, e em Penafiel, na Rua do Carmo, no coração da zona histórica da cidade, junto ao fontanário da Igreja Matriz. 


Buffet na Rua do Carmo em Penafiel

Cascata de S. João em Penafiel

Em honra ao alho-porro, vamos ouvir o Conjunto António Mafra, na cantiga “Pancadinhas do meu alho”.


- Bom S. João!

20 junho 2013

QUANDO O FUTEBOL ERA PAIXÃO

QUANDO O FUTEBOL ERA PAIXÃO



Foto da equipa do F. C. de Penafiel, que subiu à II Divisão. 

Esta foto foi tirada pela Fotografia Bilús de Chaves, quando o Penafiel foi lá jogar, contra o Desportivo de Chaves.


De pé:
Feliciano (guarda-redes), Hernâni, Nila, Maioto, Viriato e Frederico Passos (treinador jogador).

Em baixo pela mesma ordem:
Nelson, Amândio, Silva Pereira (capitão), Dr. Aparício e Quintino.

Como se pode verificar, quatro jogadores eram de cá (Nila, Maioto, Nelson e Silva Pereira), e outros três beberam água da Fonte do Carvalho (Hernâni, Amândio e Quintino), e casaram com penafidelenses. 

Por isso, podemos considerar, que a maior parte da equipa era formada por gente da terra, criando e transmitindo uma mística de amor à camisola.

A todos eles, e especialmente a estes sete, como penafidelense, só me resta agradecer todas as alegrias que nos deram,

18 junho 2013

EM DEFESA DOS ANIMAIS E DA NATUREZA



A IGREJA E A CÂMARA

EM DEFESA DOS ANIMAIS E DA NATUREZA
 
Tourada em Penafiel

Tenho lido vários textos sobre a defesa dos animais, muitos deles escritos por amigos que dão a cara pela causa. 

Como dizia o outro, graças a Deus, não gosto de touradas, nem nunca assisti a touradas ao vivo, e pela TV, apenas gosto de ver a pega do touro, embora com isto, não queira mandar para a fogueira, aqueles que por qualquer motivo geográfico ou cultural, apreciam a tauromaquia.

Tenho a esperança que as gerações vindouras vão dar a volta a isto, como nós substituímos o tiro aos pombos, pelo tiro aos pratos.

Como católico pouco praticante, devo reconhecer que alguns animais estão ligados a certos santos.

S. Francisco de Assis

O profeta Elias que era alimentado por um corvo, S. Roque com o seu cão que lhe lambia e curava as feridas, Santo António que pregava aos peixes, S. Francisco de Assis com os pássaros, mostram que a união dos animais com o homem, deve ser mais racional.

Perante estes exemplos, pensei cá com os meus botões, que a Igreja só podia estar contra as touradas.

Papa PIO V

O documento que conheço e no qual a Igreja tenha mostrado o seu absoluto desacordo com o martírio infligido aos animais, é a bula do Papa Pio V de Novembro de 1567, onde se lê:

“… Incorrerão em pena de excomunhão e anátema, todos os príncipes cristãos que permitam as corridas de touros e outros animais selvagens, ficando interdito a quem quer que seja de nelas participar, e se alguém for morto, ordena-se que ele seja privado de sepultura.”

Em Portugal, o padre Manuel Bernardes, apelidava as touradas nos seus sermões de “Espectáculos Bárbaros”.

Antiga Praça de Touros de Penafiel

Na cidade de Penafiel, existia uma Praça de Touros nos terrenos onde hoje está a ser construído o mega agrupamento escolar, na Rua Abílio Miranda, mas que foi vendida e desmantelada em 1935, para contentamento de uns e tristeza de outros.

Não sei se estas pessoas que vivem das touradas, são católicas, ou não. 

Que eu saiba, ainda ninguém foi excomungado pela Igreja, o que me leva a crer, que esta bula de PIO V, que condenava estes espectáculos sangrentos e vergonhosos, foi escrita em papel molhado, pois não quero sequer imaginar, que a Igreja esteja a fazer o papel de católica não praticante.



Quanto à Câmara Municipal de Penafiel, no ano de 1936, mandou afixar um Edital pela cidade, dizendo que é expressamente proibido:

1 – Possuir cães, sem estarem registados na Secretaria da Câmara.
2 – Espancar ou tratar com crueldade quaisquer animais, próprios ou alheios.
3 – Prender a cães, gatos, ou quaisquer animais objectos que os mortifiquem ou façam correr.
4 – Atar cordéis a pássaros ou outras quaisquer aves para as arrastar.
5 – Lançar fogo a quaisquer animais, untando-os com petróleo ou outra matéria inflamável.
6 – Apedrejar animais, açula-los uns contra os outros, ou contra pessoas.
7 – Abandonar na via pública, nos canos de esgoto, bocas de lobo ou sarjetas, animais recém-nascidos, velhos, doentes ou mortos.
8 – Destruir ninhos, ovos e ninhadas de aves de qualquer espécie.
9 – Subir às árvores plantadas em lugares públicos.
10 – Arrancá-las, derrubá-las ou danificá-las de qualquer modo.
11 – Pendurar, encostar ou prender a elas quaisquer objectos, varejá-las ou apedrejá-las, colher os frutos, folhas ou flores.
12 – Arremessar pedras contra pessoas ou prédios.
13 – Danificar as paredes, portas ou janelas dos prédios.
14 – Maltratar por palavras ou actos, pessoas que se entreguem à mendicidade, que sejam dementes ou revelem estado de imbecilidade e quaisquer outras.
15 – Destruir ou danificar os pavimentos de ruas, avenidas, largos, etc., ou praticar quaisquer jogos desportivos que possam, por quaisquer forma, causar prejuízos pessoais ou materiais.
16 – Proferir palavras ofensivas da moral pública. 

Mais faz saber que aos infratores será aplicada uma multa nunca inferior a 25$00. Pelo pagamento serão responsáveis os pais ou os seus representantes legais, quando a infracção seja praticada por menores.

Como se vê, naquele tempo o município tinha a preocupação de proteger não só os animais, como também as árvores.

Hoje, teríamos de multar o próprio município, pela destruição que provocou no jardim do Sameiro, mas pelos vistos, este edital, já está fora do prazo de validade.

Agora digam lá, se não é verdade, que…






ANTIGAMENTE