21 janeiro 2014

MARTE, O DEUS DA GUERRA.



MARTE, O DEUS DA GUERRA


No tempo em que Portugal ainda não existia, muitos povos pisaram este território.

Geralmente dedicavam-se à guerra, à rapinagem, e quando outros bárbaros apareciam, eram especialistas na fuga.

Com a expansão do Império Romano na Península Ibérica, é muito natural que os seus exércitos trouxessem consigo os seus deuses.
Ma mitologia romana, Marte é o deus da guerra, e era representado por um guerreiro.

Quando das escavações para a construção dos alicerces do Santuário de Nossa Senhora da Piedade e Santos Passos, foi achado no Monte de S. Bartolomeu (Sameiro), uma estatueta em bronze do deus Marte. 

Trata-se de um belo exemplar de escultura, que certamente Roma, não sabemos como, fez chegar a estas distantes paragens.

Não se conhece na Península Ibérica, outra imagem de bronze semelhante.

Nesta estatueta, o braço esquerdo, afastado para diante, tem a mão decepada e o direito, erguido apresenta a mão fechada em argola para segurar a lança perdida.



O rosto adulto tem olhos representados por uma incisão funda e as sobrancelhas salientes, boca encimada por um bigode liso e rosto coberto de barba farta e anelada, que liga ao cabelo encaracolado.

O deus Marte, está vestido com túnica curta sobre a qual se vê a couraça anatómica com peito, ventre e sulco dorsal marcados.
No antebraço e bordo inferior a couraça remata em lambrequins e sobre os ombros vêem-se os fechos.

Está descalço e as pernas são protegidas na parte dianteira até acima do joelho por ócreas metálicas. 

A figura está de pé, com a perna esquerda ligeiramente flectida e falta-lhe o suporte.


O capacete é do tipo coríntio com penacho elevado de secção em V, rematado em bico nas costas, abaixo dos ombros.

Numa das minhas incursões à Biblioteca Museu de Penafiel, quando ainda o museu e a biblioteca funcionavam juntos, a responsável Dona Maria Rosalina Brandão Rodrigues dos Santos, contou-me uma estória relacionada sobre esta estatueta a qual passo a narrar:

O exército português promoveu uma exposição em que resolveu pedir emprestado o deus Marte ao Museu de Penafiel. 

Carta para cá, carta para lá, e o pedido de empréstimo foi aceite. 

Qual não é o seu espanto, ao ver chegar um camião do exército e vários soldados para carregarem a dita estatueta para a exposição. 


Acontece que a estatueta do deus Marte, mede 21 cm de altura e pesa aproximadamente 570 gr., pelo que tal aparato é exagerado se não mesmo ridículo para levarem uma estatueta que cabe numa caixa de sapatos. 

Como diz o nosso povo, “quem não sabe, é como quem não vê”.

Esta estatueta, encontra-se em bom estado de conservação no Museu Municipal de Penafiel, e ainda hoje pode ser vista por quem o visita.