30 março 2014

MARIA DO CEO



MARIA DO CEO

A FADISTA GALEGA DO PORTO



Maria do Ceo, nasceu no Porto mas com apenas sete anos, emigrou juntamente com a sua família, para a cidade de Orense na Galiza.

Para alguns meios de comunicação do país vizinho, Maria do Ceo é considerada a sucessora de Amália Rodrigues, tanto em estilo, como em interpretação.


Quando canta transmite melancolia, doçura, paixão e ternura, todos os ingredientes para ser uma óptima fadista.
Embora o seu reportório seja feito à base do fado, Maria do Ceo também canta boleros.


O seu primeiro trabalho discográfico apareceu em 1997, com o título “Cartas de Amor”. Nele podemos ouvir alguns fados clássicos como: Cartas de Amor / Uma casa portuguesa / Júlia Florista / Havemos de ir a Viana e outros.


1999 – Vellas Lembranzas. – Aqui encontramos os fados: O Senhor Vinho / O Primeiro Amor / Lisboa Antiga.


2002 – Al rescate del alma. Este disco é uma fusão entre o fado e a música de raízes galegas, com ritmos de bolero, jazz e tango.



2004 – Fados…e outras músicas. Vamos encontrar o Malhão / Lavava no rio / Fado Loucura e Estranha forma de vida. 


2005 – Panxolinas . Villancicos. Neste cd, vamos encontrar uma série de canções natalícias da Galiza. 


2006 – Duas almas do mino – uma fusão da música galaico – portuguesa por excelência.

2007 – Tan lonxe, ao longe. Neste trabalho, vamos encontrar temas como: O Barco Negro / O Mar enrola na areia / Estudantina portuguesa.


2008 – No bico un cantar. Este é um disco com fados escritos em galego.


2010 – Celme encantado. Neste disco aparece um tema brasileiro “Cabecinha no ombro” muito conhecido dos portugueses e começa assim: “ Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora”…


2011 – Fado com outro acento, onde encontramos Foi Deus / Alecrim / Teus olhos são duas fonte / A Versão portuguesa do fado canção Maria la portuguesa. 

Em 2001, veio participar na homenagem póstuma a Amália Rodrigues, no Coliseu de Lisboa, deixando entusiasmado o público presente. 

Maria do Ceo, é uma embaixadora do fado na Galiza, com alma portuguesa e sotaque galego. 

Vamos ouvir Maria la portuguesa, numa actuação de Maria do Ceo na televisão da Galiza, em 16 de Dezembro de 2011.


- Bom domingo!





25 março 2014

FESTA DAS DORES



FESTA DAS DORES
NA IGREJA DOS CAPUCHOS


Esta é a procissão que se realiza em Penafiel, com o percurso mais pequeno, já que saía da igreja dos Capuchos para o hospital que fica pegado a esta, quando este ainda funcionava, e agora sai da mesma igreja para o Lar da Santa Casa da Misericórdia que fica contíguo à igreja, embora do lado oposto ao do antigo hospital.


A festa em honra de Nossa Senhora das Dores realiza-se na sexta-feira anterior ao Domingo de Ramos.

Neste dia, a Senhora das Dores é retirada do altar, e colocada em cima de um andor enfeitado com as mais belas flores desta época do ano. 

No dia 20 de Março de 1964 (fez agora 50 anos), que fui assistir com a minha mãe à Festa da Senhora das Dores na Igreja dos Capuchos em Penafiel, e ainda hoje guardo como recordação desse dia um pequeno livrete com os versos dos cânticos religiosos.


Nesse ano, a capela-mor da Igreja dos Capuchos foi ocupada pelos médicos do hospital e os mesários da Santa Casa da Misericórdia.

A festa constou de missa às 18h e 30m, seguida de sermão, com cânticos de paixão, comunhão e desobriga aos doentes.

O chão por onde passou o “Sagrado Viático” a caminho do hospital, estava juncada de verdes e flores.

Os doentes, serenos e de mãos postas, recebiam com fervor a Sagrada Comunhão.

De regresso à igreja dos Capuchos, e depois de encerrado o Santíssimo, terminou a festa da Senhora das Dores.


Para quem os ainda souber trautear, ou apenas como recordação, aqui ficam os versos em versão portuguesa deste Stabat Mater da Festa das Dores de 1964.

23 março 2014

DIA DAS LETRAS GALEGAS



17 DE MAIO
DIA DAS LETRAS GALEGAS


Há dois anos, quando me desloquei à cidade galega de Vigo, ao subir a Rua Real, mais exactamente na casa N.º12, deparo com uma placa em mármore onde se podia ler:

"No ano 1863 imprimiuse por primeira vez o libro ‘Cantares gallegos’ de Rosalía de Castro nos talleres de Juan Compañel instalados nesta casa. Vigo, 1985. Primeiro centenario do pasamento da ilustre escritora".


A escritora galega Rosalia de Castro nasceu a 24 de Fevereiro de 1837 em Camiño Novo, um arrabalde de Santiago de Compostela, sendo-lhe dado o nome de Maria Rosalía Rita, sendo registada no Hospital Real de Santiago de Compostela como filha de pais incógnitos. 


Aos 48 anos, no dia 15 de Julho de 1885,  morre em Padrón, onde morava, sendo a sua casa convertida em museu.

Foi enterrada no cemitério da Adina, na igreja paroquial de Iria. 

No dia 25 de maio de 1891 os seus restos foram trasladados para a igreja de San Domingos de Bonaval, em Santiago, o Panteão dos Galegos Ilustres, onde repousam os seus restos mortais.

Estátua de Rosalía na Praça da Galiza na cidade do Porto

Vamos ver a importância desta escritora e deste livro para a literatura galega.

Em 1863 foi publicado em Vigo o seu primeiro grande livro, “Cantares Gallegos” ", tendo o seu marido, Manuel Murguía, que era amigo do editor Juan Compañel, tratado da publicação sem a licença da sua esposa, e da saída do prelo deste primeiro livro escrito em galego, numa época na qual a língua galega estava extinta como língua escrita.

A 17 de Maio daquele mesmo ano, Rosalía assinou uma dedicatória desta obra à já consagrada escritora Fernan Caballero, pela sua dedicação na defesa da Galiza sem ser galega.


Desde 1963, que o dia 17 de Maio é feriado em toda a Galiza, celebrando-se o Dia das Letras Galegas, coincidindo com a celebração do centenário da primeira edição de Cantares Gallegos de Rosalía de Castro.

Como podemos ver, a cidade de Vigo, está vinculada ao nascimento da nova literatura galega.

Vamos ficar com o poema Adios rios, adios fontes, escrito por Rosalía de Castro e interpretado e musicado pelo cantor Amancio Prada.


- Bom domingo!