29 junho 2014

O BEATLE



O BEATLE
GEORGE HARRISON


George Harrison, atingiu fama mundial como guitarrista do conjunto The Beatles.

Embora não desse tanto nas vistas como Lennon ou Mc Cartney, após a dissolução da banda, ele criou uma carreira a solo bem recheada de vários sucessos.

Geralmente nos álbuns dos Beatles, a maior parte das canções eram assinadas pela dupla Lennon e Mc Cartney, George Harrison lá ía incluindo uma ou duas da sua autoria. Estou-me a lembrar por exemplo de “Here can the Sun” e “While My Guitar Gently Weeps”.


Com o fim dos Beatles no meio dos anos 60, Harrison envolve-se com a cultura indiana e o hinduísmo, ajudando a expandir pelo ocidente instrumentos como a citara, e juntamento com Ravi Shankar, organiza o 1.º evento de solidariedade em 1971, o Concerto para o Bangladesh.


Já em 1970, lança um álbum triplo “All Things Must Pass”, onde aparece o grande êxito “My Sweet Lord”.

Amigo pessoal de Eric Clapton, que o acompanha nesta sua aventura a solo, no ano de 1976, lança no mercado discográfico uma compilação de êxitos “Simple The Best”.

George Harrison, veio a falecer em 2001, com um cancro nos pulmões.

Passado um ano da sua morte, a viúva de Harrison Oliver, organiza o “Concert For George”, no Royal Albert Hall, em Londres, no dia 29 de Novembro de 2002.

Eric Clapton e Dhani Harrison
Deste concerto, vamos ouvir a canção “My Sweet Lord”, cantada e acompanhada ao órgão por  Billy Preston, acompanhado à guitarra eléctrica pelo filho de George Harrison, Dhani Harrison, e na guitarra acústica Eric Clapton entre outros.




- Bom domingo!

27 junho 2014

O ANTÓNIO FINALMENTE SÓ



O ANTÓNIO FINALMENTE SÓ
Foto e legenda retirada da pág.23 do Boletim de Cultura da Câmara Municipal N.º2 de 1973.   

Já ouvi e li várias razões a justificarem a retirada do busto de Egas Moniz do jardim, qual delas a mais esfarrapada.

A mais ridícula era que agora o Egas Moniz está finalmente na sua rua, sabendo os penafidelenses que o busto sempre esteve na Av. Egas Moniz.


Por fim apareceu que o Egas Moniz era justiceiro e como tal foi para o átrio da casa da justiça, o Tribunal.

Nunca li em lado nenhum que o Egas Moniz fizesse justiça a alguém para merecer o cognome de justiceiro, pois no caso do cumprimento da palavra não cumprida quem lhe fez justiça foi o Rei de Castela D. Afonso VII.


Mas este arrumar da história nesta cidade já vem a ser preparada de longe.

Primeiro o jardim passou-se a chamar de Calvário, e como tal o Egas Moniz estava a mais.

Mas francamente, depois de muito raciocinar, a única justificação para este arrumar do busto de Egas Moniz do seu jardim, foi para o António Nobre ficar finalmente "SÓ".

25 junho 2014

O SINDICATO DOS CAIXEIROS



O SINDICATO DOS CAIXEIROS 


O Estado Novo extinguiu as Associações de classe existentes, e criou no seu lugar um tipo de corporativismo sindical, controlado pelo Estado, sendo a sindicalização do operário obrigatória.

Assim, as associações de classe, que não aceitaram as normas corporativas sindicais impostas pelo Estado Novo, como foi o caso da Associação dos Empregados do Comércio de Penafiel, viram com profundo desgosto encerrarem as portas da sua velha Associação, atingida pelas sanções da referida lei.

Porém, no Domingo, dia 3 de Novembro de 1935, foi inaugurada em Penafiel a primeira Secção Nacional dos Empregados do Comércio do Distrito do Porto.

Do programa da inauguração constava o seguinte:

11 horas – Recepção nos Paços do Concelho aos ilustres visitantes
12 horas – Almoço oferecido às entidades oficiais.
15 horas – Secção solene comemorativa da inauguração da Secção Nacional dos Empregados Comerciais do Distrito do Porto (S.N.E.C.D.P). 


Pelas 11 horas da manhã, aguardavam na Câmara Municipal a chegada das entidades oficiais que vinham para a inauguração o sr. Capitão Arrochela Lobo, Presidente da Comissão Administrativa e os vogais da mesma comissão, o sr. Dr. Avelino Soares, Presidente da Comissão Concelhia da União Nacional, grande número de empregados no comércio, com a sua bandeira, e muitas outras pessoas de representação do nosso meio social. 

Também compareceram representações da Associação Artística Fúnebre Penafidelense, Sport Club de Penafiel, União Desportiva Penafidelense e Bombeiros Voluntários de Penafiel, que se faziam também acompanhar com as suas bandeiras.

A guarda de honra foi prestada por um piquete dos bombeiros e pelo Grupo dos Escoteiros.

Em frente ao edifício da Câmara fazia-se ouvir uma banda de música.

Embora com algum atraso em relação ao horário previsto, pois foi cerca do meio-dia que chegaram a esta cidade os ilustres convidados:

Sr. Conde Aurora – Presidente do Tribunal do Trabalho.
Dr. Manuel Vieira Neves – Delegado do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência.
Alguns empregados no comércio, do Sindicato do Porto.

No Salão Nobre da Câmara Municipal de Penafiel, o Presidente Arrochela Lobo, agradece tão honrosa visita e dá as boas vindas aos ilustres visitantes, dizendo que ia ter o seu início a organização corporativa em Penafiel, entrando-se no caminho das realizações do Estado Novo.

O sr. Dr. Vieira Neves agradece em nome do sr. Sub-Secretário das Corporações, e em seu nome pessoal, a forma como foram recebidos.

O capitão Arrochela Lobo, encerra a sessão levantando dois vivas, ao Estado Novo Corporativo e a Salazar.

Do lado direito da foto vê-se a Pensão Aires, onde hoje está a pastelaria Nova Doce

Às 13 horas foi servido no Restaurante Aires, situado na Avenida Egas Moniz, o almoço de homenagem aos ilustres visitantes e autoridades, com cerca de 40 convivas.

Preside o sr. Capitão Arrochela Lobo, que tem à sua direita o sr. Dr. Vieira Neves, Sérgio Pereira, do Sindicato dos Empregados do Porto, Joaquim Amaro Jorge e José Guedes de Morais, da Comissão Organizadora de Penafiel, ficando à sua esquerda o sr. Conde Aurora, Ângelo Pereira, do Sindicato do Porto, Deolindo Simões e Francisco Bessa, dos Empregados de Penafiel, na sua frente os srs. Dr. Avelino Soares, António Huetz Bacelar e António de Sousa Soares.

Ao champanhe falaram os srs. Dr. Avelino, Dr. Vieira Neves, Conde de Aurora, Sérgio Pereira e Capitão Arrochela Lobo, sendo muito vitoriado o Estado Novo e os seus altos dirigentes.


Às 15 horas, na antiga sede da Associação dos Caixeiros, teve lugar a sessão solene para a inauguração da Secção de Penafiel, do Sindicato Nacional dos Empregados no Comércio.

O Sr. Sérgio Pereira, do Sindicato do Porto em nome dos seus colegas da Comissão organizadora de Penafiel, convida para presidir à sessão o dr. Vieira Neves Delegado do Instituto Nacional do Trabalho, que por sua vez convida para fazer parte da mesa os senhores Capitão Arrochela Lobo, Conde Aurora, Dr. Avelino e o Capitão José Vicente Ferreira, representante do comandante militar.
Aberta a sessão, falou em primeiro lugar o sr. Sérgio Pereira, que de forma clara e precisa descreve as vantagens da organização sindical e corporativa.


De seguida usou da palavra o Dr. Avelino Soares, que embora comece por dizer que não é da sua boca que íamos ouvir a palavra clara e precisa, porque lhe falta a competência técnica para dissertar sobre assunto de natureza social, nos proporcionou o ensejo de ouvir um dos seus mais formosos discursos, que sobre tal matéria nos tem sido dada ocasião de apreciar.

De maneira eloquente, fez o confronto no momento actual, da política de vários países do mundo com a de Portugal, cuja orientação exalta.

Ainda usaram da palavra o sr. Conde Aurora, o Capitão Arrochela Lobo e por último o Dr. Vieira Neves, manifestando à classe dos Empregados do Comércio de Penafiel, a sua alegria e entusiasmo por a ver ingressar na organização corporativa.

Eram cinco da tarde quando terminou esta brilhante jornada, tendo sido dirigido telegramas de saudação aos srs. Presidente do Ministério e Sub-Secretário de Estado das Corporações e Previdência.

E pronto assim nasceu o Sindicato dos Caixeiros de Penafiel, onde nos anos setenta se jogava grandes partidas de matraquilhos, ping-pong e bilhar com pinos, para além de se ir lendo alguma literatura sindical.

Já na dita democracia, o Sindicato dos Caixeiros encerrou as suas portas. 

Mas se pensam que o sindicalismo corporativo acabou, estão muito enganados. Agora continua numa versão light, servido em tons amarelados.

21 junho 2014

JORGE PALMA



JORGE PALMA


É um dos cantores portugueses, que mais gosto de ouvir. 

Desde muito novo (6 anos), que iniciou os seus estudos de piano. Aos 8 anos fazia a sua primeira audição, no Conservatório Nacional, e aos 13 ficava em 2.º lugar no Festival das Juventudes Musicais, em Palma de Maiorca.

1969 a 1971, enquanto estuda Engenharia na Faculdade de Ciências de Lisboa, integra o grupo pop-rock Sindicato, como teclista e cantor. 


Do grupo faziam parte Rão Kyao, Vítor Mamede, João Maló, Rui Cardoso e Ricardo Levi. Para além dos covers de bandas de rock americanas e inglesas (Led Zeppelin, Stephen Stills, Chicago, Blood Sweat and Tears, entre outros), o grupo compôs originais, em língua inglesa. 


A entrada de uma secção de metais encaminha-os para uma estética de fusão entre o Jazz e o Rock.

1971, gravaram o single "Smile", que tinha no lado B "Sindiblues Swede Cato'S Shoes", uma versão do standard de rock’n’roll "Blue Suede Shoes", de Carl Perkins. No mesmo ano, deram o seu último concerto na primeira edição do Festival Vilar de Mouros.


A estreia a solo de Jorge Palma acontece com o single The Nine Billion Names of God (1972), título de um conto de Arthur C. Clarke e inspirado também no livro "O Despertar dos Mágicos", de Louis Pauwels e Jacques Bergier. Por esta altura, inicia uma colaboração com José Carlos Ary dos Santos, que o ajuda a aperfeiçoar a escrita poética, e com quem estabelece uma relação aluno-mestre.

A sua discografia é extensa:

SINGLES:
THE NINE BILLION NAMES OF GOD [7"Single, 1972]
A ÚLTIMA CANÇÃO [7"Single, 1973]
O PECADO CAPITAL [c/Fernando Girão] [7"Single, 1975]
A VIAGEM [7"Single, 1975]
DORMIA TÃO SOSSEGADA [CD Single, EMI, 2001]
VALSA DE UM HOMEM CARENTE [CD Single, EMI, 2004]
ENCOSTA-TE A MIM [CD Single, EMI, 2007] 
PÁGINA EM BRANCO [CD Single, Universal, 2011] 

COM UMA VIAGEM NA PALMA DA MÃO - LP, EMI,VC, 1975
TÉ JÁ - LP, DIAPASÃO. 1975



QUALQUER COISA PÁ MÚSICA [LP, Da Nova, 1979]
ACTO CONTÍNUO [LP, Polygram, 1982]
ASAS E PENAS [LP, EMI-VC, 1984]
O LADO ERRADO DA NOITE [LP, EMI-VC, 1985]

DEIXA-ME RIR [7"Single, EMI-VC, 1985]

QUARTO MINGUANTE [LP, EMI-VC, 1986]
BAIRRO DO AMOR [CD, Polygram, 1989]
SÓ [CD, Polygram, 1991]
DÁ-ME LUME: O MELHOR DE JORGE PALMA [CD, Universal, 2000]
É PROHIBIDO FUMAR [CD, EMI, 2001]
NO TEMPO DOS ASSASSINOS [CD, EMI, 2002]
NORTE [CD, EMI, 2004]
VOO NOCTURNO [CD, EMI, 2007]
COM TODO O RESPEITO [CD, Universal, 2011]
BD POP ROCK (CD, TUGALAND, 2011)
Jorge Palma, faz parte daquela lista de cantautores portugueses, que não aparecem nos audiovisuais deste país.

Evidentemente que não é por falta de qualidade, mas devido ao seu desalinhamento com o sistema, que é uma coisa que não se vê, mas sente-se.

Por tudo isto resolvi trazê-lo ao blogue, com a canção “Encosta-te a mim”.





- Bom domingo!