31 julho 2016

ANA MOURA

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ANA MOURA


Ana Cláudia Moura Pereira, nasce a 17 de Setembro de 1979, na maternidade de Santarém.

É com essa curiosidade por outras músicas, em plena adolescência de descobertas e rebeldias, que Ana Moura chega a Carcavelos, com 14 anos, para fazer o 10º ano.

Apesar do interesse pelo Fado, Ana Moura tem as suas primeiras atuações numa banda de covers de pop/rock, os Sexto Sentido, formado com colegas de escola.

Um dia em que Moura está num bar em Carcavelos, cede à tentação e canta um fado, impressionando o guitarrista António Parreira, que estava presente na sala. Será o suficiente para que este a apresente a Maria da Fé, que a contrata para a sua casa de fados, o Senhor Vinho. 

Esta experiência será para Ana Moura uma verdadeira escola, bebendo dos ensinamentos de Maria da Fé, Jorge Fernando, entre outros.
Tozé Brito, então administrador da Universal, depois de ler os artigos de Miguel Esteves Cardoso, sobre a fadista no jornal “O Independente”, vai à casa de fados “Senhor Vinho”, à descoberta daquela voz que apenas conhecia dos Sexto Sentido.

Não demora a propor-lhe a gravação do primeiro disco.

2003 – Aparece o seu primeiro disco com o título: “Guarda-me a Vida na Mão.



Para a produção do álbum de estreia, Guarda-me a Vida na Mão (2003), é chamado Jorge Fernando. Além de comandar a direcção artística do álbum, o músico é igualmente responsável por seis dos 15 temas gravados, um dos quais é assumido pela cantora como o seu BI musical – “Sou do Fado, Sou Fadista”. A cumplicidade entre os dois há-de manter-se nos discos seguintes. Logo aí, fica evidente que o fado de Ana Moura comporta uma elasticidade rara, convocando participações de gente como os Ciganos d’Ouro e Pedro Jóia, e instrumentos com o cajon e a guitarra de flamenco. 

Mas o essencial mantém-se intocado: a tradição não arreda pé. A recepção, crítica e de público, a Guarda-me a Vida na Mão é de um entusiasmo que não deixa dúvidas e Ana Moura começa de imediato a tornar-se presença recorrente nos palcos portugueses e, progressivamente, também nos internacionais.


2004 – Grava “Aconteceu”



Aconteceu, é a continuação lógica do disco de estreia. Tratando-se de um álbum duplo, revela uma surpreendente ambição por parte da cantora, ao mesmo tempo que vinca com uma espantosa confiança a certeza do seu caminho: a convivência natural entre o fado mais apegado à tradição e uma forma muito pessoal e convicta de lhe exigir contemporaneidade.


A carreira de Ana Moura começa a ganhar um tamanho fôlego que a fadista acaba por abandonar o Senhor Vinho, a fim de poder dar resposta aos muitos convites que vai recebendo para tocar fora do país. Essa falta é mais tarde colmatada pela integração do elenco de uma nova casa de fados, em Alfama, de nome Casa de Linhares – Bacalhau de Molho. 

A internacionalização leva então Ana Moura a actuar na mítica sala Carnegie Hall, em Nova Iorque, em Fevereiro de 2005. Do outro lado do mundo, o saxofonista dos Rolling Stones Tim Ries entra na Tower Records de Tóquio à procura de discos de fado. Leva já na cabeça a ideia de incluir uma fadista no segundo volume do Rolling Stones Project, um projecto por si liderado que convida gente de outras marés musicais a interpretar temas dos Rolling Stones em colaboração com um dos históricos músicos da banda. Compra três CD às escuras, por mero instinto, e foi amor à primeira audição. Para o disco, Ana grava “Brown Sugar” e “No Expectations”

Ao vivo, interpreta este último com os Rolling Stones no Estádio Alvalade XXI. A partir daí, em várias ocasiões, as digressões de Ana Moura e dos Rolling Stones coincidem nos mesmos sítios. 

Numa delas, em São Francisco, Ries liga para a fadista e mostra-lhe uma música que compôs a pensar na sua voz. “Velho Anjo”, entraria no disco seguinte de Ana Moura, Para Além da Saudade (2007), depois de “afadistado” por um arranjo de Jorge Fernando.

2007 – “Para Além da Saudade”



Com este disco Ana Moura chegou ao conhecimento do grande público, o álbum alcançou a tripla platina, por vendas superiores a 55 mil unidades, levando a cantora a permanecer 120 semanas no Top 30 de Portugal.  Com o mesmo disco recebeu uma nomeação para os Globos de Ouro, na categoria de Música, para Melhor Intérprete Individual, que acabou por perder para Jorge Palma. 

Em 2007, Ana  Moura participou no concerto dos Rolling Stones no Estádio José de Alvalade XXI, em Lisboa, cantando, em dueto com Mick Jagger, o tema No Expectations.

2008 – Grava o seu DVD Coliseu 


Depois de dois grandes concertos nos Coliseus do Porto e de Lisboa, Moura lança finalmente o seu primeiro DVD ao vivo, a 24 de Novembro de 2008, que obtém grande sucesso junto ao público, pelo seu excelente alinhamento.
Reconhecida internacionalmente como uma voz raríssima de Contralto, chegou também o reconhecimento dos pares e, em 2008, Ana Moura recebeu o Prémio Amália de melhor intérprete.

2009 – “Leva-me aos Fados”.


A edição de Leva-me aos Fados (2009) é saudada quase de imediato com a obtenção do galardão de platina. Como habitualmente, é produzido por Jorge Fernando e conta com letras de Tozé Brito, Manuela de Freitas, Mário Rainho e Nuno Miguel Guedes, assim como uma composição original de José Mário Branco. 

O álbum inclui mais uma criação encomendada à instintividade de Amélia Muge. “Não É Um Fado Normal” conta com a participação dos Gaiteiros de Lisboa e vinca o percurso distinto da fadista, de resto evidente logo no próprio título.

Em Maio de 2009, após um primeiro contacto telefónico, Prince desloca-se propositadamente a Paris para presenciar à sua frente o charme da fadista na sala La Cigale. A 18 de Julho de 2010, Ana Moura volta a colocar o fado num grande espectáculo do universo pop/rock, ao subir ao palco com Prince no encore do concerto do músico no Festival Super Bock Super Rock, no Meco. Juntos interpretam uma versão em português de “Walk in Sand” e o fado tradicional “Vou Dar de Beber à Dor”.
 
Ana Moura recebeu, a 23 de Maio de 2010, nos "Globos de Ouro" o globo de "Melhor Intérprete Individual", para o qual estava nomeada juntamente com artistas como Carminho, David Fonseca ou Rodrigo Leão.

2012 – “Desfado”



“Desfado” é já considerado um álbum clássico em Portugal. esteve ininterruptamente no top de vendas desde que foi lançado (150 semanas consecutivas), tendo atingido recentemente a 5.ª Platina. Este é o disco nacional editado nos últimos cinco anos mais vendido em Portugal, o disco que globalizou Ana Moura. 

O primeiro editado globalmente pela Universal Music, através da Decca, chegou ao 1.º lugar várias vezes em Portugal, tendo atingido o n.º 1 dos top’s de World Music em Inglaterra, Espanha e Estados Unidos. 

“Desfado” reuniu alguns dos melhores compositores da actualidade e o single que lhe dá o nome tornou-se no primeiro fado a ser tocado nas rádios mainstream nacionais. A tour “Desfado” levou Ana Moura a grandes palcos nacionais e internacionais, cantando para multidões nos mais de 300 concertos que realizou depois de editar “Desfado”.

2015 – Moura.


Moura é o 6.º álbum de Ana Moura, editado em Portugal no dia 27 de Novembro de 2015, foi directamente galardoado com a marca de Disco de Ouro.

Do seu canto, sabemos apenas que nasceu no fado. Nunca saberemos onde termina.

A 27 de Janeiro de 2015 foi feita Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique.

E pronto, hoje vamos aos fados, pela voz de Ana Moura, embora nos tempos que correm, domingo não é sinónimo de “Dia de Folga”, para todos é claro.







- Bom domingo!